A tempestade que você desperta dentro de mim (Crônica)

Deitada em minha cama, rodeada de papéis, tomados por frases insanas, que completam mais um de meus delírios, que gosto de chamar de histórias, cá estou eu. Em meio à uma noite chuvosa, que deveria apresentar a beleza das estrelas, e de uma lua cheia. Porém, justo em uma noite tão inspiradora, os deuses resolveram conspirar contra mim, e mais uma vez, com minha falta de sorte, nuvens tomaram o céu, fazendo uma forte chuva cair, uma tempestade, mais detalhadamente.

Palavras, que antes estariam fluindo rapidamente, em um fluxo perfeito, de minha imaginação errônea para o papel, escorregam em tropeços, parecendo apenas letras sem sentido, provando mais uma vez, que a poesia e a inspiração se esvaíram de mim, restando apenas, uma grande nuvem escura cobrindo-me a mente, como se fosse uma das nuvens, que formam a grande tempestade, que cobre o céu esta noite. Bloqueio criativo. Porque a maior desgraça de um escritor, insistiu em me atingir, justo em uma noite que deveria ser tão promissora? Pergunto-me, tentando arduamente, encontrar uma resposta. Percebo, no meio disso tudo, que mais uma vez a falta de sorte e de criatividade insistiu em me perseguir. Maldições de um escritor, é impossível que em sua vida toda, você não conviva em nenhum momento, com o famoso e desgraçado bloqueio criativo. Desgraçado, uma palavra nem um pouco poética, para ser usada em um texto com esse. Se me importo? Nem um pouco. A ausência de poesia, já me é uma desculpa, para qualquer asneira escrita em meio à essas palavras.

Suspiro arduamente, largando a caneta, afastando as folhas de papel, e me deitando, começando a observar as gotas de chuva caírem apressadamente, pela janela, escorrendo cada vez mais, como se tivessem um compromisso inadiável. Fico ali, por alguns minutos, esperando que aquela cena, tão comum, me inspire de alguma forma. Trovões soaram, raios fizeram clarões, transformando toda aquela cena, em algo muito mais belo, e ao mesmo tempo, em algo muito mais assustador. Desistindo de me inspirar daquela forma, peguei algumas folhas, relendo as palavras já escritas, como se aquilo fosse me fazer retomar, de onde havia parado. Lendo aquelas palavras, tão doces, suaves e apaixonadas, percebo que a minha falta de inspiração, é apenas a falta de saber como é sentir o que é escrito. Talvez, romance não seja exatamente uma coisa pra mim, afinal. Talvez, internamente, eu sonhasse em ser minha personagem, tão arduamente apaixonada, de forma tão encantadora, como se seu respirar fosse para isso...Suspiro novamente, largando as folhas, e começando a observar a chuva, que agora, diminuíra.

Minha mente vaga por um lugar distante, buscando inspiração, buscando sentimentos, buscando você. Por mais que no fundo, eu saiba que você não é nada além de um doce sonho, de o meu mais puro e inocente querer infantil, desejo, com todo o corpo, alma e coração, que você exista, apareça, e desperte em mim, tudo o que eu quero. Por mais que uma parte sensata de mim, tente esquecer de toda a tempestade que você causa dentro de mim, em minha mente e em meu coração, a única coisa que se passa, é a vontade que tenho, de que você me ressuscite, reavivando à mim, à minha poesia, à minha imaginação, e aos meus sentimentos.

Se você um dia, mesmo que em meus mais doces e assombrosos pesadelos, já realmente me amou, peço-lhe com toda a pouca alma viva, que ainda me resta: clame por mim, traga-me de volta a vida, ressuscite a única coisa que, talvez, valha a pena em mim: minha imaginação.

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P.S.: Talvez um psicólogo também não seja má ideia...